Nossa História
O Laboratório de Ensino e Pesquisa em Toxicologia In Vitro (Tox In) tem sua origem na Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Goiás (UFG) e representa mais de duas décadas de contribuição pioneira ao desenvolvimento, ensino e aplicação de métodos alternativos à experimentação animal no Brasil.
Em 2003, a professora Marize C. Valadares iniciou suas atividades de pesquisa na área de Toxicologia na Faculdade de Farmácia, transformando o antigo laboratório de aulas práticas — com mais de 40 anos de história — em um espaço de investigação científica. Com recursos mínimos, foi implementada a técnica de micronúcleo para avaliação de efeitos mutagênicos e quimioprotetores. Nos anos seguintes, a criação de uma área física dedicada à pesquisa, o apoio institucional da Faculdade e o sucesso em editais da Finep possibilitaram a consolidação do primeiro Laboratório de Pesquisa em Imunofarmacologia e Imunotoxicologia, com infraestrutura inicial para cultivo celular e experimentação in vitro.
Entre 2005 e 2006, parcerias com a Finep e empresas farmacêuticas viabilizaram a ampliação do espaço físico e a aquisição de novos equipamentos, marcando a transição para o Laboratório de Farmacologia e Toxicologia Celular (LFTC). Em 2006, o grupo estabeleceu colaboração com o Institute for In Vitro Sciences (IIVS, EUA), possibilitando a implementação in-house de métodos aceitos pela OECD, consolidando as bases da Toxicologia In Vitro na UFG.
Inspirado pelo documento “Toxicity Testing in the 21st Century: A Vision and a Strategy” (NAS, 2007), o grupo incorporou os princípios da Toxicologia do Século XXI, direcionando suas pesquisas para modelos celulares humanizados e métodos alternativos aos testes em animais, fundamentados nos 3Rs (Reduction, Refinement e Replacement).
A partir de 2011, o grupo passou a oferecer treinamentos e workshops voltados à capacitação de pesquisadores, reguladores e profissionais da indústria. Um marco foi o I Workshop Internacional Prático sobre Métodos Alternativos, realizado em 2011 em parceria com o IIVS e com apoio da Natura, Fiocruz, Anvisa e outras instituições.
Em 2012, o laboratório tornou-se membro da Rede Nacional de Métodos Alternativos (RENAMA), estabelecida pelo MCTI, e participou da criação da Sociedade Brasileira de Métodos Alternativos à Experimentação Animal (SBMAlt) e do Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (BraCVAM). Em 2014, o grupo participou da primeira validação nacional de um método alternativo (teste HET-CAM), em parceria com a Anvisa, Fiocruz e BraCVAM. Nesse período, também foi pioneiro na implementação de testes OECD voltados à avaliação de fototoxicidade, irritação ocular e sensibilização dérmica, antecipando diretrizes que seriam posteriormente reconhecidas pelo CONCEA e Anvisa (Resoluções Normativas nº 17 e 18 de 2014, e RDC nº 35 de 2015).
Com a expansão das colaborações, o grupo diversificou suas abordagens, validando e adaptando metodologias in chemico e in vitro para predição de alergenicidade dérmica, com base nos Adverse Outcome Pathways (AOPs) desse desfecho. Em 2018, o grupo passou a adotar o nome atual — Laboratório de Ensino e Pesquisa em Toxicologia In Vitro (Tox In Lab) — refletindo sua vocação simultaneamente científica e educacional. No mesmo ano, recebeu o Lush Prize 2018 na categoria Training, consolidando seu papel de liderança na formação de recursos humanos e difusão dos métodos alternativos no Brasil e na América Latina.
Em 2022, o Tox In iniciou, em parceria com instituições internacionais focado em educação e divulgação de ciência in vitro, com uma série de webinars em português e espanhol, promovendo a inclusão de pesquisadores sul-americanos no debate global sobre NAMs. O grupo também contribuiu tecnicamente com a ANVISA com suporte científico às demandas regulatórias. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Em 2023, houve a chegada do Prof. Dr. Artur Christian G. da Silva como docente, que reforçou e ampliou o desenvolvimento de modelos baseados em bioengenharia para avaliação da eficácia e toxicidade de produtos. O Prof. Artur integrou ao grupo uma nova linha de pesquisa baseada no desenvolvimento de NAMs para modelagem de doenças in vitro, com o objetivo de viabilizar avanços na área de medicina de precisão e desenvolvimento de produtos de terapias avançadas.
Desde então, o Tox In Lab tem atuado como centro de referência nacional, colaborando com redes como RENAMA, BraCVAM e PReMASUL, promovendo cursos, validações e consultorias técnicas voltadas à implementação dos princípios dos 3Rs e à ciência livre de experimentação animal, bem como prospectando avanços na área de medicina de precisão.
Dentre os muitos eventos organizados pelo grupo, destaque para o 1º Congresso Brasileiro de Métodos Alternativos (CBMAlt), realizado em 2023, e o Congresso Mundial de Métodos Alternativos (WC13), realizado no Rio de Janeiro em 2025. Com parcerias de destaque no Brasil e no exterior, o Tox In continua formando profissionais altamente capacitados e promovendo a ciência in vitro como um novo paradigma em ciências farmacêuticas. Seus ex-alunos hoje atuam em posições de liderança na academia, na indústria e no setor regulatório, propagando uma ciência mais ética, inovadora e humana em toda a América Latina.

I Workshop Internacional Prático sobre Métodos Alternativos, realizado em 2011 em parceria com o IIVS - Institute for In Vitro Sciences
2016 - Treinamento Nice-França

2017 - Treinamento IIVS CBTOX
2018 - Workshop ABCF Univali
2019 - CBTox
2022 CBTox





